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Criador da identidade visual do Circuito Penedo 2021 é homenageado durante a cerimônia de encerramento

O artista é aluno da UFAL e trouxe em sua arte muita cor e simbolismo

A construção do Circuito Penedo de Cinema conta com a colaboração de inúmeras pessoas envolvidas nas mais diversas atividades. Na edição de 2021, a identidade visual do evento ficou nas mãos do estudante de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Wilson Belarmino. Com um grande talento voltado à arte, o jovem também estudou produção de moda da Escola Técnica de Artes (ETA/UFAL) e, após desenvolver um projeto de identidade visual para o curso, se identificou com a criação de artes voltadas para eventos.

Neste ano, com a abertura do edital para selecionar o designer responsável pela identidade visual do circuito, Belarmino se inscreveu e conta que se surpreendeu com o resultado, mesmo sendo algo que esperava.

“Fiquei feliz quando saiu o resultado e feliz por também homenagear Paulo Freire, fora que o circuito, em sua 11º edição, tem uma história muito bonita (…) Então, diante da minha arte, quando coloquei o Paulo levantando um ‘livrozinho’, foi essa tentativa de mostrar a necessidade da pesquisa, da universidade e tudo isso que a gente sofreu nesses últimos anos, essa perseguição, mostrando esse poder da educação, mas também de uma maneira incomum.” falou o universitário.

A identidade visual do circuito traz em sua composição uma ilustração do patrono da educação, Paulo Freire, segurando em suas mãos um livro, representação da luta pela qual o homenageado dedicou sua vida. A arte conta ainda com objetos que simbolizam o circuito, como é o caso da câmera de filmagem em cima da cabeça do patrono, e a cidade de Penedo, aqui são utilizadas ilustrações do Rio São Francisco, piranhas, barcos e as igrejas, todos esses símbolos trazem uma coloração vibrante dando vida e cara ao evento.

Como forma de agradecimento ao trabalho, Belarmino foi homenageado no palco da tenda de exibições, durante o encerramento do circuito, na noite do domingo (28).

“Correndo atrás” encerra a programação de exibição de filmes do 11º Circuito Penedo de Cinema

Bate-papo sobre o longa contou com a presença do ator Francisco Gaspar

Encerrando a programação de exibição de filmes na tenda do Circuito Penedo de Cinema 2021, o longa “Correndo atrás”, foi reproduzido na noite deste último domingo (28), seguindo também de um bate-papo sobre a produção. A conversa contou com a presença do ator paraense Francisco Gaspar, que enfatizou a importância de mostrar novas perspectivas acerca daqueles que vivem em comunidades.

Tendo como diretor Jeferson De, responsável também pela direção do longa “Doutor Gama”, “Correndo atrás” coloca em evidência o protagonismo negro, onde a maior parte do elenco é construído por pessoas pretas, dentre elas estão nomes como Ailton Graça, Juliana Alves e Lázaro Ramos, além disso, o roteiro foi escrito em uma parceria do ator e humorista Hélio de La Penha e Jeferson De e se baseia no livro “ Vai na bola, Glandeson!” de La Penha. 

Durante o debate, Gaspar contou que o filme é uma expressão do cotidiano, mostrando a luta pela sobrevivência, reproduzindo também a malandragem, característica marcante do personagem principal, interpretado por Ailton Graça.

Gaspar fala ainda que existem diversas maneiras de se contar uma história e chamou a atenção do público para o fato de que, mesmo o filme trazendo como cenário uma favela, no Rio de Janeiro, com pessoas pretas, não há – durante todo o longa – uma arma, isso foi pensado justamente para desconstruir a ideia pré-estabelecida de violência e evidenciar o cotidiano.

Ainda, já encerrando sua participação no debate, o ator descreveu um pouco sobre sua trajetória e deixou para aqueles que buscam seguir a carreira do teatro/cinema um conselho: “Estudem!”.

Confira o debate na íntegra aqui.

Aplausos e protestos antirracistas marcam a exibição de “Doutor Gama” na penúltima noite do Circuito de Cinema

Obra retrata a luta do advogado Luiz Gama em defesa do povo preto

No penúltimo dia do Circuito Penedo de Cinema, a sala de exibição, localizada na praça 12 de abril, estendeu seu tapete vermelho para o longa “Doutor Gama”. A produção retrata a história do Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil, Luiz Gozaga Pinto da Gama. Estrelado pelos atores Angelo Fernandes, César Mello e Erom Cordeiro, o filme traz a representatividade negra e evidencia as lutas travadas pelo advogado abolicionista.

Com o objetivo de conversar e introduzir ao público um pouco sobre a história de Gama e tirar dúvidas sobre o processo de construção do longa, foi realizado um debate que antecedeu a exibição do filme. Trazendo falas necessárias à realidade atual, os atores evidenciaram a importância do movimento do povo preto e afirmaram que “Doutor Gama” é só mais uma extensão dessa mobilização.

Durante a roda de conversa, foi debatido sobre o lugar de ocupação do negro no processo de elaboração da produção, uma vez que parte da equipe técnica é formada por pessoas negras.

Obra retrata a luta do advogado Luiz Gama em defesa do povo preto | FOTO: Kamylla Rafael

“A partir do momento que eu tenho um diretor negro, uma produtora executiva negra, um roteirista negro, tenho pessoas do áudio negras, um figurinista negro, eu me sinto mais à vontade para trabalhar porque eu sei que essa pessoa vai contar a história com propriedade, ela não vai contar como uma pessoa branca, então esse momento se deve a ocupar esse lugar, o poder da caneta. Então, se der esse poder pra gente, a gente vai chegar (…) e isso mostra importância que o cinema negro tem”, relata o ator Angelo Fernandes.

Retaliando o protagonismo branco, o longa escancara a necessidade de evidenciar um personagem que, mesmo contribuído para o desenvolvimento sociopolítico do país e com seus trabalhos trazendo conceitos angulares à formação do movimento negro, sofre um processo de apagamento histórico.

O longa, reproduzido no sábado (27), lotou a sala de exibição e arrancou do público presente longos e emocionados aplausos, além de gritos de protestos antirracistas, contra o governo e a máxima “Vida negras importam”.

Confira o debate na íntegra aqui.

O verdadeiro Doutor Gama

Nascido no estado da Bahia e como um homem livre, com seus 10 anos de idade, Luiz Gama foi vendido por seu pai a um mercador de escravos, como forma de saldar dívidas. Apesar de ter passado a viver escravizado, Gama possuía curiosidade e vontade de aprender, sendo descrito como um autodidata.

Aos 17 anos e já letrado, viu nas brechas das leis imperiais a possibilidade de sua alforria e assim, após lutar na justiça, se tornou liberto. Mesmo sendo conhecido por seus variados campos de atuação, Luiz Gama se destacou na advocacia, defendendo e lutando na justiça pela liberdade do povo escravizado.

Embora sendo dotado de uma mente brilhante, o também jornalista, foi impedido de se matricular na faculdade de direito, devido a retaliações de professores e alunos, participando apenas como ouvinte. Apesar da proibição, o baiano conseguiu uma autorização do judiciário para exercer a advocacia como rábula, prática comum à época, concedida àqueles que não tinham formação jurídica. Somente em 2002, após 120 anos de seu falecimento, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reconheceu seu registro de advogado.

Luiz Gama, tornou- se o patrono da abolição da escravidão e sua luta se reverbera pela contemporaneidade, dando respaldo às reivindicações do povo preto brasileiro que ainda sofre com as mazelas deixadas pelo período escravocrata.

Alunos do IFAL Penedo participam de oficina e produzem curta

Filme será reproduzido na tenda de exibição durante o encerramento do circuito de cinema

Nos dias 26 e 27 de novembro, o Circuito Penedo de Cinema, em parceria com o Sebrae Alagoas, proporcionou aos alunos do Instituto Federal (IFAL) da cidade a produção de seu primeiro filme. O trabalho é o resultado da oficina “Realização Cinematográfica”, onde os estudantes puderam entender que, por trás do que se é mostrado em salas de cinema, existe um processo árduo de elaboração.

Alunos do IFAL Penedo participam de oficina e produzem curta | FOTO: Nathália Bezerra

Trazendo uma produção com diferentes ângulos e cortes, a oficina ministrada pela produtora Alê Moretti deixou impressões marcantes nos jovens, que descreveram a experiência como trabalhosa e inesquecível, mas também como prazerosa e surpreendente, arrancando orgulhosos aplausos da turma de estudantes responsáveis pela realização do curta.

Aproveitando o trabalho realizado com os alunos na oficina de criação de roteiro, Alê explica que “Carta ao Velho Chico” foi construído em três etapas, a primeira sendo uma aula de atuação ministrada por Wander Melo, onde foi trabalhado meios de atuar e, principalmente, de como agir no set de cinema. Em seguida, os alunos puderam entender sobre o passo a passo de uma fotografia e, alguns jovens, foram treinados para exercer o papel de diretor de fotografia, assistente de foto, diretor de som e assistente de som. Por último, os estudantes seguiram para a beira do Rio São Francisco, local que serviu como set de filmagem para a produção.

A produção será exibida na noite de encerramento do Circuito Penedo | FOTO: Nathália Bezerra

O curta, além de ser uma experiência nova, foi para Damião Brown, aluno do 3º ano do curso de química do IFAL, uma realização artística pessoal que o fez se conectar ainda mais com suas raízes, especialmente com seu pai, que faleceu no início deste ano em decorrência da Covid-19.

“A oficina teve uma importância muito grande pra mim (…) eu nem pensava em participar, mas quando recebemos o convite eu pensei ‘vai dar certo’. E ainda estou passando por um momento de recuperação física e mental, reaprendendo a lidar com a vida, a vida após o luto (…) e agora eu estou aprendendo a tocar sozinho a minha vida, porque antes quando eu tinha o meu artista, o meu pai, sempre quando eu fazia alguma coisa perguntava: pai, tá bom? gostou? fiz um desenho, tá legal? e sempre ele queria que eu desse o meu 100% em tudo e dessa vez não tinha ele para me dar essa aprovação” contou Damião.

O autor da carta que deu nome, e roteiro, ao curta relatou ainda que seguiu o último conselho do pai, e se permitiu dar tudo de si durante a produção do filme. Contou ainda que se sente muito orgulhoso com o resultado.

“Carta ao Velho Chico” será exibido na sala de exibição neste domingo (28), na praça 12 de abril, durante o encerramento do circuito .

Oficina de criação de roteiro traz novas perspectivas aos alunos do Ifal Penedo

O encontro possibilitou refletir sobre as diversas possibilidades narrativas audiovisuais; a oficina encerrou nesta quinta-feira (25)

A sede do SEBRAE Penedo nos dias 24 e 25 de novembro abriu suas portas à oficina de Criação de Roteiro, onde alunos do Instituto Federal (IFAL) da cidade participaram e conseguiram obter uma nova perspectiva das histórias que os rodeiam. 

Durante dois dias, as aulas ministradas pela roteirista Laís Araújo, propuseram novos conceitos que ajudaram a abrir novos caminhos e novas formas de interpretar o mundo, trazendo a possibilidade de uma escrita consciente aos jovens alunos.

Laís conta que “é sempre prazeroso dar esse tipo de assunto, de teorias, principalmente para alunos do ensino médio, porque quando você apresenta um novo conceito para pessoas tão novas você ajuda a ter uma nova forma de interpretação do mundo. Formas de analisar uma narrativa, uma história é sempre positivo, é uma troca positiva”.

Atraídos pela curiosidade, os alunos afirmam que a oficina ultrapassou as expectativas e que as aulas os inseriram em uma nova perspectiva de produção. O artista conhecido como “Allê, o santo” também se fez presente e afirmou que, apesar de divertido, não imaginava o quão trabalhoso é a construção de um roteiro. “Estamos agora tendo acesso a alguns exemplos de curta-metragem, realizando uma pequena produção de cena e isso já nos faz repensar o cinema” afirmou Allê.

Realização

O Circuito, composto por três festivais competitivos, mostras não-competitivas e pelo 11º Encontro de Cinema Alagoano vai até o dia 28 de novembro e, para saber mais sobre outras oficinas que estão sendo realizadas, confira a programação através do link 

Oficina “Ator em ação” aborda a intimidade do artista com o cinema

Laboratório busca envolver os participantes em um processo mais íntimo na construção da sétima arte

No quarto dia da 11ª edição do Circuito Penedo de Cinema, o palco do teatro Sete de Setembro abrigou a oficina Ator em Ação – Laboratório de pesquisa do ator no cinema, com a atriz e preparadora corporal Cláudia Assunção. Durante o processo, os participantes têm a oportunidade de estudar e ter um contato maior com o cinema, além de entender o envolvimento do ator na construção da sétima arte.

Iniciando com uma apresentação mais íntima, os inscritos elaboraram vídeos que mostravam e descreviam suas características, seus medos, alegrias e gostos, sendo exibidos na primeira aula da oficina. Neste período de estudos, são abordadas conversas sobre diretores, leitura de textos, escolhas e realização de cenas, onde todo o trabalho busca o aprimoramento da interpretação.

Atriz e produtora corporal, Cláudia Assunção, é a responsável pela oficina ‘Arte em Ação’ | Foto – Hygor Peixoto

A oficineira Cláudia Assunção conta que “é uma alegria participar desse festival, nesta cidade incrível e, a nossa oficina, é algo para criar intimidade com o cinema. Para atores, atrizes, estudantes de cinema, estudantes de teatro, para os amantes de cinema”. Indo até o próximo sábado (27), a oficina traz bastante expectativas para aqueles que se inscreveram e veem nela um caminho para aprimorar suas habilidades de interpretação e ampliar seus conhecimentos. 

A estudante de Letras, Elyssa Martins, fala que já participou de edições anteriores do Circuito e ficou empolgada quando soube da oficina ministrada por Cláudia Assunção. “As expectativas são de muito aprendizado, eu vim despida de tudo que eu já sabia para que eu possa absorver o máximo de conhecimento transmitido e estou totalmente disposta a aprender” continuou a universitária. 

Para saber mais sobre essa e outras oficinas que estão sendo realizadas confira a programação através do link 

Escolas Municipais de Educação Básica recebem 11ª Mostra de Cinema Infantil

Evento busca democratizar o acesso à produção de curtas-metragens nacionais; a mostra presencial acontece até 25 de novembro

Entre os dias 23 e 25 de novembro, as Escolas Municipais de Educação Básica de Penedo (Emeb) recebem a 11ª Mostra de Cinema Infantil. Trazendo em sua programação 16 curtas nacionais, a mostra visa a fornecer o desenvolvimento da cultura e a democratização do audiovisual, tornando-se, por muitas vezes, o primeiro contato das crianças com a sétima arte. 

Devido à pandemia de covid-19, o evento deixa a já tradicional tenda de exibição, localizada na Praça 12 de abril, no centro histórico de Penedo, e passa a ganhar as salas de aulas. Nesta terça-feira (23), o evento foi recebido pela Escola Professor Douglas Apratto Tenório e deve seguir nas escolas Barão de Penedo e Wilton Lisboa Lucena, nos dias 24 e 25, respectivamente.

Escolas Municipais de Educação Básica recebem 11ª Mostra de Cinema Infantil | FOTO: Paula Fernandes

Marciel Pinheiro, diretor da Escola Professor Douglas Apratto há cinco anos, fala sobre a importância da mostra. “A gente não vê muitas crianças tendo acesso a filmes interessantes. Geralmente, o espaço da criança é invadido pelos jogos de celulares e uma boa porcentagem delas não tem o hábito de assistir a filmes.” O diretor ainda declara que a mostra é “um excelente meio de reconhecimento dos trabalhos alagoanos” e enfatiza a importância do cinema local para a construção cultural das crianças. “Principalmente aquelas que vivem em regiões periféricas”, afirma o diretor.

A interação com os pequenos ainda vai além das exibições dos curtas. A curadora do evento e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Joseane do Espírito Santo, abre as apresentações com sua personagem ‘Boneca Jujuba’. Trajando um vestido lilás com bolinhas brancas, o cabelo dividido ao meio, amarrado em cada lado da cabeça, meia-calça, sapatilha e uma maquiagem divertida, Jujuba realiza um papel pedagógico, buscando promover o senso crítico e reflexivo. 

Professora Joseane abre a 11ª Mostra de Cinema Infantil com sua personagem Boneca Jujuba | FOTO: Paula Fernandes

A professora conta como o cinema é uma interface para a educação. “Nós trazemos temáticas do dia a dia, como meio ambiente, saúde, educação, lazer e outros temas que achamos convenientes, além de levar alegria. O cinema para crianças deve ser alegre, divertido, e, essa personagem, vindo para próximo dos pequenos, traz o encantamento que elas precisam”, declara Joseane. 

Além de exibidos nas escolas, os curtas que fazem parte da 11ª Mostra de Cinema Infantil estão disponíveis no site do Circuito Penedo de Cinema, podendo ser acessados através do link.