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Debate sobre a trajetória de Paulo Freire como um educador popular marca o segundo dia do 11º Circuito Penedo

O evento, que, neste ano, celebra o centenário do patrono da educação brasileira, reuniu o cineasta Cristiano Burlan e o professor Régis de Souza para um bate-papo sobre o pensamento freireano

Em seu segundo dia de programação, nesta terça-feira (23), o Circuito Penedo de Cinema realizou, on-line e presencialmente, a mesa “Paulo Freire: a trajetória de um educador popular”. A 11ª edição do evento, que celebra o centenário de Freire, abordando o cinema e a educação como instrumentos para a garantia da liberdade, reuniu o cineasta gaúcho Cristiano Burlan e o professor alagoano Régis de Souza para um debate no início da tarde que teve como cenário o incrível centro histórico de Penedo.

Questionado por Sérgio Onofre, mediador da mesa e coordenador-geral do Circuito Penedo, sobre o legado de Paulo Freire, o professor e ator Régis de Souza afirmou que “foi para o povo oprimido que ele deixou sua maior contribuição”. “Sua herança está em acreditar na luta por libertação, na leitura do mundo antes da leitura das palavras, na busca de humanizar-se.” O professor, no entanto, criticou a presença parca do patrono da educação brasileira nas práticas de ensino do país. “É preciso permitir a entrada de Freire nas escolas pela porta da frente. Entendê-lo, visitá-lo e revisitá-lo é imprescindível”, declarou.

Burlan, que também é professor, dirigiu a série “Paulo Freire, um homem do mundo” e falou sobre a produção, lançada gratuitamente no ano passado pela SescTV. Segundo ele, entre pesquisa e produção, foram cinco anos dedicados ao projeto. “Acho que aquilo que mais me marcou no contato com Paulo Freire foi o estímulo à capacidade de escuta, até mesmo no cinema.” Para o cineasta, a influência de Freire apurou, no seu trabalho, o contato com o outro e o interesse pela história do outro, ajudando, em suas palavras, a “romper por completo as relações hierárquicas”.

“Ao mesmo tempo em que preocupa ter que lutar por ideias já tão debatidas, é bonito pensar que o pensamento freireano sempre vai ser necessário”, ponderou Burlan, que dá o testemunho de como as ideias de Freire transformam as pessoas e as relações. “Porém”, destaca o professor e cineasta, “Paulo Freire não é só uma ideia; é uma prática”. Segundo Burlan, uma prática “de política educacional” e “de relacionamento com o mundo e as pessoas”.

Confira o debate na íntegra aqui.